11 março 2013

IRONIA DO DESTINO - CAPÍTULO 25

Boa noite pervinhas!! Bombaaaaaa Bella tá grávida, e Edward desconfia de que o filho seja dele... Como tudo isso vai se resolver? Como?! Masss se houver amor.. Tudo se supera... Ótima leitura!!
Autora: Ana Paula 
Classificação: Maiores de 18 anos
Categoria: Saga Crepúsculo
Personagens: Bella Swan, Edward Cullen, Emmett Cullen, Rosalie....
Gêneros: Comédia, Lime, Romance, Universo Alternativo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo 

Capítulo 25 -  POR QUE VOCÊ NÃO ME ENSINOU A TE ESQUECER  

POV BELLA

Dor. 
Uma dor terrível me dilacerava o peito depois que Edward deixara aquele hospital abandonando naquele quarto todo o amor que eu incondicionalmente lhe havia entregado, deixando pra trás todos os momentos de extrema felicidade que vivemos nos braços um do outro. 

Naquele momento tudo que vivemos se reduziu a nada. 

As palavras de Emmett ainda ecoavam em minha mente mesmo depois de eu ter assinado todos aqueles documentos e ele também ter partido me deixando só com minha dor, com meus pensamentos, com meu maior tormento. 

“Ele disse que... você não é nada dele, Bella. Que nunca realmente te teve. O que está acontecendo entre vocês dois?” 

O que estava acontecendo? 

Simples. 

O amor de minha vida havia partido meu coração. 

Como tantos haviam previsto e me alertado sobre, Edward havia me deixado. 

Como tantos previram... ele havia partido de minha vida depois de dizer coisas inimagináveis sobre mim, a pessoa que mais o amava no mundo todo. 

Não fiquei tão arrasada por saber que ele não confiava em mim. Fiquei arrasada ao saber que eu nada significava pra ele, que meu amor que eu tanto lhe dedicara... fora tão pouco, tão comparado a nada. 

E ele enfim me abandonara. A mim... e ao meu bebê. 

Desabei em lagrimas enquanto segurava minha barriga com firmeza tentando me agarrar na pequena fagulha de esperança que me manteria de pé dali pra frente. 

Meu bebê. Nosso filho. A única coisa boa que restara de todo aquele sonho. 

Só percebi que havia alguém ali comigo quando senti braços macios me enlaçarem, lábios macios a acariciarem meus cabelos. Ergui meu rosto sofrido e encontrei dois lindos olhos que me eram tão conhecidos... mas agora esses brilhavam cheios de lagrimas em outro rosto, em um rosto pequeno e marcado por lagrimas, um rosto que demonstrava sofrer com minha dor. 

Dor esta que seu irmão me causara. 

- Sinto muito. – ela disse entre soluços e eu nada pude fazer. Simplesmente desabei em um choro convulsivo e me atirei em seus braços, nossos soluços se misturando, ambas unidas na mesma tristeza. 

Sabíamos que aquela fora a ultima de nossas brigas. Sabíamos que eu agüentara até onde pude e que aquele fora o último de meus esforços pra salvar meu casamento. Mas não se pode salvar aquilo que começou errado, que já começou perdido. 

- Ele me deixou, Alice. – solucei lavando seu ombro com minhas lagrimas. – Me disse coisas horríveis. Duvidou do meu amor, de minha fidelidade. E me deixou. A mim... e ao nosso filho. 

Ela se afastou um pouco e me olhou com surpresa. 

- Edward... – ela sussurrou e eu balancei afirmativamente a cabeça. 

- Vai ser pai. Mas ele não acredita nisso. Acha que pode ser de qualquer um... menos dele. – engoli meu choro. Por mais que quisesse chorar e chorar até que todas as minhas lágrimas se secassem, deveria guardá-las pra quando estivesse só. Não queria que Alice sofresse tanto quanto eu estava sofrendo. 

- Então ele não é estéril. – ela disse com uma expressão séria e triste. – Mas como ele pode deixar um diagnóstico feito a mais de vinte anos atrás separar vocês dois? 

- Por que ele não confia em mim, Alice. Jamais confiou. Pensei que eu poderia apagar suas angústias, que pudesse torná-lo feliz, uma pessoa melhor... mas não pude. Avisada fui, mas já era tarde demais. Eu já o amava mais do que minha própria vida e agora... – mordi meu lábio pra segurar o choro que teimava em subir por minha garganta. – Ele se foi e algo me diz que agora é pra sempre por que... mesmo que ele volte, essa não é a vida que eu quero pra mim, essa não é a vida que quero pro nosso filho. 

- E pra onde você vai? – ela perguntou enquanto acariciava meu rosto suado e marcado pelas lagrimas. 

- Vou voltar pra Inglaterra e... – comecei, mas fui interrompida por alguém que invadia o quarto sem nem pedir licença. 

- De jeito nenhum! Você não vai viajar sozinha nesse estado deplorável! – Ângela disse enquanto se aproximava da cama, o rosto muito sério, seus olhos pareciam soltar fagulhas de tão irada que estava. 

- Mas Ang... – em minha surpresa por sua entrada marcante e sua ira, ainda tentei, mas ela levantou uma de suas mãos pra encerrar o assunto. 

- Sem mais nem menos. Você vem comigo, vai ficar lá em casa aonde o cretino não vai te encontrar. Nunca que te deixarei ter esse bebê onde não há nenhuma mulher pra cuidar de você. Se ele não se importa saiba que isso não é o fim do mundo. Não vou deixar você morrer por dentro por causa desse infeliz. Venha! – ela disse com firmeza e me puxou por um braço me fazendo ficar de pé. – Vou cuidar de você, Bella. Vou cuidar de você enquanto chove. – ela disse e vi seu rosto se franzir enquanto uma de suas mãos subia até meu rosto e arrumavam meu cabelo atrás de minhas orelhas. 

Essa simples frase me fez estremecer, meu corpo todo se arrepiou quando percebi a imensa amiga que tinha em Ângela.Sabia que nossa amizade era forte, mas aquela Ângela séria estava tão oculta por trás da Ângela distraída e brincalhona... mas agora eu podia ver o quanto ela se importava comigo. Nesse momento tive a certeza de que em nenhum outro lugar eu estaria mais segura do que ao seu lado. 

- Tudo bem. – sussurrei apenas e ela deu-me um beijo no rosto passando um de seus braços por meus ombros e olhando pra Alice que se levantara e se colocara ao nosso lado. 

- Vá até a casa dela e busque suas roupas e coisas pessoais. Ela não tem condições de pisar lá novamente. – disse enquanto acariciava a pele de meu ombro. Sentia como se da ponta de seus dedos fluísse uma energia que naquele momento era algo essencial pra que eu conseguisse continuar em pé. Mas ainda havia algo que eu precisava fazer. 

Uma última coisa. 

- Espere! Tem algo que eu quero que você entregue a ele. – disse com voz fraca e andei até minha bolsa de onde tirei um envelope, um simples papel de carta e uma caneta, apoiei-me na mesa de cabeceira e comecei a escrever. 

As palavras foram fluindo, apenas fluindo. 

Todos os meus sentimentos, todo meu intenso sofrimento, o meu amor machucado e ferido... ficaram marcados a lagrimas naquele simples pedaço de papel. Durante todo esse tempo no qual chorei e escrevi, Alice esteve ao meu lado chorando comigo, mas Ângela... não derramou uma única lagrima. Mas o que importava era que ela estava ali pra me dar força, só isso realmente importava. 

- Pronto, Alice. – sussurrei quando acabei de escrever e entreguei-lhe o envelope. Alice cravou em mim seus intensos olhos verdes e suspirou entrecortadamente antes de dizer. 

- Tem certeza, Bella? Acha que consegue? Que não tem mais jeito? 

Fechei meus olhos e apertei minhas mãos em punhos enquanto balançava minha cabeça em negativa. 

- Sabe que não vou esquecê-lo pois para isso eu teria que me esquecer de quem eu sou. Por que ele se tornou o meu eu, o meu tudo. Descuidei-me e permiti que ele se entranhasse em mim de tal forma que é impossível, simplesmente impossível separar-me dele sem matar-me. Vou viver pra sempre o amando. Pra sempre serei só dele. Mas não dá, Alice! Simplesmente não dá pra viver assim! A gente vai estar sempre se magoando, a dúvida vai nos matar aos poucos. Prefiro sofrer longe dele do que sofrer ao seu lado, vendo-o cada vez mais distante de mim. Não queria que assim fosse... mas é assim. – disse entre soluços enquanto sentia Alice vir e me abraçar com força apertando-me em seus braços pequenos. 

- Quero que saiba que eu te amo. É pra mim a irmã que jamais tive. Meu irmão é um idiota... mas te ama. Pena que ele não saiba ainda a intensidade do seu amor. – ela sussurrou distribuindo alguns beijos por minha face marcada pelas lágrimas. – Leve-a agora, Ângela. Ela precisa de um banho e de um bom sono. 

- Sim. – Ângela concordou e pegou em meu braço me conduzindo pra fora do quarto. – Venha, Bella. A gente precisa ir. 

Sinceramente... nem vi o trajeto que fizemos do hospital até o apartamento de Ângela. Tudo era muito vago e confuso, o passado se mesclava ao presente tentando me confundir. 

Enlouquecer-me. 

Mas eu não podia me dar ao luxo de entregar-me ao sofrimento que me dilacerava o peito. Meu filho... por ele eu tinha que vencer todos aqueles fantasmas que agora me assustavam, me amedrontavam... me levavam ao desespero. 

Como, por Deus, como eu viveria sem ele? 

Não queria nem pensar nessa hipótese. Pra mim parecia mais possível viver sem respirar do que viver todos os dias sem sua calorosa presença, sem o seu intenso olhar, sem seu ofuscante sorriso, sem seu forte abraço, sem sua doce voz... sem seu cheiro, sem seus beijos. 

Como eu viveria sem a minha vida? Como? 

- Chegamos, Bella. – Ângela disse suavemente e percebi que ela estava ao meu lado, a porta aberta em frente ao seu apartamento. Olhei ao redor enquanto descia. 

Fora naquela mesma calçada que meses atrás eu descera daquele táxi, cheia de sonhos e expectativas. Como eu era ingênua... como eu estava mudada. Não há no mundo algo que te mude mais do que a dor. Ela amadurece, fortifica... mas também tem suas conseqüências. 

Por que ela faz sofrer. E dói... dói muito. 

Subimos as escadas e chegamos ao apartamento de Ângela o qual ela abriu e me amparou pra que eu entrasse. Fui conduzida ao seu quarto e sentada em sua cama. Parecia um fantoche, uma boneca. Eu queria ser forte, juro que queria... mas era tão dificil. 

Eu só queria chorar. Apenas chorar e pedir a Deus que aquilo fosse só um terrível pesadelo, uma horrível brincadeira de mal gosto. 

- Vou achar uma roupa pra você se banhar. – Ângela disse enquanto fuçava em seu guarda roupas a procura de algo que me caísse bem. 

Voltou com uma camisola cor de rosa, seus olhos castanhos ainda secos me analisando atentamente enquanto se aproximava. 

- Consegue... – ela começou mas deve ter percebido por meu olhar que meu estado de total apatia me impedia de fazer qualquer tipo de movimento. – Venha. Vou cuidar de você... Bella. – ela disse e percebi sua voz tremula enquanto se abaixava e me ajudava a levantar-me da cama, me ajudando a ir pro banheiro. 

Tenho a vaga lembrança de que ela me despiu e me ajudou a chegar até o chuveiro, a água quente me lavando enquanto as mãos suaves e carinhosas de Ângela me banhavam. Senti-me naquele momento como uma criança pequena... e Ângela... me lembrou em muito minha amada mãe que tão cedo foi tirada de mim. 

- Não se entregue, Bella. – em minha mente confusa, as palavras de Ângela chegaram até mim com o som da voz de minha falecida mãe. – Você tem que lutar... tem que esquecer. Por você... e pelo seu bebê. 

Sufocada por minha intensa dor, fui aos poucos mergulhando na inconsciência enquanto sentia Ângela me enxugando e vestindo, levando-me pra cama. Ela se tornara agora meu anjo particular, a pessoa que mais se importara comigo quando o grande amor de minha vida me virara as costas. 

E foi pensando em Edward que mergulhei na escuridão da inconsciência. 

xxx 

- O que quer por aqui, Cullen? – a voz de Ângela chegou até meus ouvidos como se viesse de muito longe. Cullen... Edward estava ali? Tentei afastar o sono que me pesava as pálpebras e me prendia a cama. – Não tem mais nenhuma moça jovem e pura pra você desgraçar a vida. 

- Ângela. – aquela voz tão amada e conhecida me fez prender a respiração quando meu coração deu um tranco em meu peito e acelerou-se depois. Ele estava ali... e agora? – Onde ela está? Pelo amor de tudo o que lhe é mais sagrado, me diga onde ela está! 

- Fora do seu alcance, Cullen. – a voz irritada de Ângela se fez ouvir novamente. – Agora você não pode mais mentir a ela, não pode mais. Ela voltou pra Inglaterra, pro lado do pai, mas mesmo que ela não tenha mais você em sua vida pra lhe fazer sofrer... ela vai continuar sofrendo. E sabe por que, seu desgraçado? – Inglaterra. Ela mentia pra proteger-me... de mim mesma. Pois sabia que se eu me encontrasse com Edward... não suportaria ficar longe dele nem mais um segundo. – Por que ela te ama, infeliz! Só você, seu desgraçado de merda é que não viu o tesouro que tinha em suas mãos! Você acabou com a vida de uma menina doce, meiga, carinhosa e amiga... transformou a vida dela, Cullen, só lhe deu coisas ruins ao passo que ela só te deu tudo de bom que havia nela. 

- Ângela, eu... – a voz do meu grande amor estava tremula e triste. Ah como eu queria estar ao seu lado e secar suas lagrimas... mas esse direito já não me pertencia. Deixara de ser meu quando me expulsou de sua vida. 

- Não existe nada que você possa dizer que vá mudar a burrada que fez. Então... vá embora. E esqueça Bella. Pare de querer fazê-la sofrer, pare de querer sempre e sempre machucá-la. Pelo amor que ela sente por você... procure esquecê-la. E Cullen... Espero que você queime no fogo do inferno. – e o som da porta sendo violentamente fechada. 

Com esforço, levantei-me e caminhei até a sala. Paralisei com a cena que vi a minha frente. 

Ângela soluçava escorada a porta, o rosto oculto em seus braços enquanto seu corpo se sacudia com a violência de seu choro. Estava chorando escondida. Enquanto eu estava por perto, se fazia de forte pra me fortalecer. Mas às escondidas... ela sofria por mim. 

- Ang! – chamei em uma voz tremula enquanto engolia em seco a fim de diminuir o bolo que se formara em minha garganta. 

Ela se virou e me viu parada ali, em pé. Seus olhos repletos de lagrimas se fecharam fazendo com que grossas lagrimas deslizassem por seu rosto enquanto ela corria até mim e me abraçava com força. 

- Desculpa, Bella! Eu não queria que me visse chorar. – ela soluçou contra meu pescoço. – Eu tenho que ser forte pra te ajudar... mas não agüento mais ver o que esse canalha lhe fez. 

- Minha amiga... – sussurrei afastando-me pra olhar em seus olhos castanhos como os meus. – Minha irmã... – sussurrei e nossas lagrimas só aumentaram. – Seu choro me dá forças pra continuar. Pois é no seu choro que vejo que ainda existem pessoas que me amam nesse mundo. 

- Mas a culpa é nossa, Bella! A culpa é minha! Se eu tivesse deixado você simplesmente ir naquele dia que descobrimos o canalha que ele era... – com um movimento de cabeça, calei-a. 

- Não se lamente, Ang. Não me arrependo de ter ficado. Pode me chamar de idiota, do que quiser, mas os momentos que passei ao lado dele... serão inesquecíveis a mim. E compensou... sim, compensou. Faria tudo de novo se me fosse dada nova chance... pois eu sempre seria dele, enquanto ele me quisesse. E foi assim. – disse enquanto as lagrimas corriam livres por meu rosto. 

- Você não é idiota. – ela disse enquanto arrumava meu cabelo desgrenhado. – É apenas uma mulher perdidamente apaixonada pelo cara errado. 

- Pena que não escolhemos por quem nos apaixonamos. – comentei enquanto Ângela me trazia até seu peito, me acarinhando. 

- É. Se eu pudesse me apaixonaria por um cara com o pau maior, por que o pau do Mike... – ela comentou com um tom de desgosto e meio a contra gosto, o riso se misturou a tristeza das lagrimas. – Quero te ver sorrir sempre, pois quero que meu afilhado nasça forte e saudável. 

- E será feliz, pois terá uma mãe que o amará mais do que tudo. – disse num sussurro enquanto curtia o carinho de minha amiga-irmã. 

- A melhor das mães. – ela disse enquanto começava a cantarolar uma musica qualquer pra me acalmar. 

Agora só o tempo me diria se era possível viver sem o meu sol particular. Só o tempo pra dizer se eu poderia viver nas trevas depois de ter conhecido o clarão ardente daqueles olhos verdes que pra sempre me perseguiriam em meus sonhos. 

xxx 

- Tem certeza de que é isso que quer? – Ângela perguntou pela milésima vez desde que eu decidira dar uma volta com Jacob. Revirei os olhos enquanto vestia um vestidinho leve e um casaquinho por cima. 

- Só uma volta no parque não vai me matar, Ângela. – eu disse enquanto escovava meus cabelos. – Há tempos que não saio durante o dia. Daqui a pouco minha pele vai ficar pálida e fria, meus caninos vão se desenvolver anormalmente e minha preferência nutricional será certo fluido humano rico em ferro. 

Ângela suspirou resignada e foi obrigada a concordar. Completavam-se mais de oito meses desde a minha separação com Edward... se é que podia-se chamar aquilo de separação. Mas durante esse período eu jamais saía do apartamento a luz do dia. Tinha medo de que ele me reconhecesse nas ruas... tinha medo de encarar aqueles olhos verdes que todas as noites me seguiam em sonhos. 

Jacob sempre me levava pra passear ao cair da noite, sempre freqüentando lugares que eu sabia que com toda certeza jamais encontraríamos Edward. Por que eu sabia que não podia ainda olhar em seus olhos sem desmoronar. 

Ele se mostrara o bom amigo que sempre fora. Sem pedir qualquer explicação ou sem ao menos uma vez me jogar na cara que bem que me avisara, me deu um abraço apertado e disse apenas “Você quer tomar um sorvete?”. Desabei em lagrimas que ele secou calmamente, esperando que o choro acabasse. 

Nunca tocava no nome de Edward, nunca me deixava pouco a vontade. Era tudo o que eu precisava naquele momento. 

Foi ali que eu encontrei a minha família. Ângela me fazia companhia durantes as manhãs e noites, durante o dia sempre havia Jacob, Alice ou Rosalie. Nunca me deixaram só, nunca me deixavam pensar no sofrimento da distancia. 

Mas apesar de todos os seus esforços... Edward nunca abandonou meus pensamentos assim como jamais abandonara meu coração. 

- Preciso de um pouco de ar fresco. – disse pegando minha bolsa e olhando para o relógio na parede. – Ele deve estar chegando. Deixe-me descer o Kanchenjunga. – disse com um riso e Ângela me acompanhou até a porta muito séria. Revirei meus olhos. – Fique tranqüila, Ang! Jacob vai cuidar de mim. 

- Não é com você que me preocupo, sua tonta! – ela disse com um riso matreiro. – Só quero meu afilhado inteirinho quando você voltar. 

- Ok, ok! – disse revirando meus olhos mais uma vez. – Prometo não deixar metade dele lá no parque. 

- Não precisa se esforçar pra parecer burra, Bella. – ela disse dando leves palmadas em meu ombro com cara de quem se compadece. – A natureza já fez um bom trabalho quanto a isso. 

- Vá se ferrar! – disse rindo enquanto fingia socá-la no ombro. 

- Se cuida. – ela disse rindo antes de fechar a porta. 

Meu bebê estava tão quietinho hoje... não havia mexido sequer uma vez. E isso era estranho quando se tratava dele, pois geralmente ele era tão agitado. 

Apesar de ir freqüentemente ao ginecologista/obstetra, não quis saber qual era o sexo de meu bebê... saberia apenas quando ele nascesse pois só aí eu lhe daria o nome que sua carinha me diria. 

Foram seus pequenos chutes que me deram forças pra continuar. Sempre que nem mesmo o apoio de meus amigos era o suficiente, eu o sentia se revirar em meu ventre como se me quisesse dizer que estava ali pro que der e viesse. 

Ele era meu anjinho... a esperança que me mantinha presa a esse mundo. A luz que me mantinha viva. 

Cheguei a calçada e Jacob ainda não havia chegado. Que sorte a minha dispor de amigos tão verdadeiros... o que eu seria sem eles? Sem eles não teria conseguido chegar aonde cheguei, simplesmente não teria conseguido continuar depois de tudo... 

O carro conhecido de meu melhor amigo encostou-se ao meio fio e a porta foi aberta pra que eu entrasse. O sorriso ofuscantemente branco me saudou como sempre. 

- Cada dia mais linda, Bells! – ele disse dando-me um beijo na bochecha. 

- E mais gorda. – resmunguei acariciando minha barriga saliente. Ele riu e tirou uma mão do volante colocando-a sobre a minha. 

- Invejo vocês mulheres por isso, sabia? Vocês podem dar a luz... isso é o mais lindo dos dons. Desde o momento que se descobrem grávidas, já são mães enquanto os homens, por mais que se vejam como tal, só se sentem como pais de verdade quando vêem o pequeno pela primeira vez. Vocês tem o privilegio de acompanhar passo a passo a evolução desse pequeno ser. De uma nova vida que é alimentada e sustentada por vocês. Isso... não tem preço. – ele fez uma ultima caricia em meu ventre e voltou sua mão pro volante enquanto dirigia. 

- Vamos onde? – perguntei observando os carros passarem velozmente por nós. 

- Central Park. – ele disse enquanto virava uma esquina. Não trocamos mais palavra alguma até que a linda imensidão verde se fez visível aos nossos olhos. 

- Verde... uma boa variação pra quem só viu cinzento por todos esses meses. – murmurei e Jacob riu enquanto estacionava o carro. 

Logo estávamos caminhando pelo parque, um braço de Jacob abraçando meus ombros enquanto eu tentava abraçar-lhe pela cintura. O calor de Jacob era algo incrível, até beirava o inexplicável. 

Incrível como ele conseguia me reanimar apenas com um abraço seu por que seu corpo era tão... incandescente. Algo quase inumano, irreal. Talvez fosse o amor, o carinho e a humanidade que emanavam dele em ondas de calor de tão fortes que eram tais sentimentos. 

- Um doce por seus pensamentos. – ele disse brincalhão enquanto apertava meu ombro pra trazer-me de volta a realidade. 

- Nada em especial. – sorri meio sem querer e ele piscou pra me encorajar. 

- Quer me dizer alguma coisa? – perguntou em um sussurro e eu apenas baixei minha cabeça mirando meus próprios pés. 

- Não estou pronta ainda pra tocar no nome dele sem chorar. – fui sincera e Jacob compreensivo como sempre não tocou mais no assunto. 

Chegamos a um banco em uma das inúmeras esquinas que haviam por ali onde Jacob parou e se soltou de mim. 

- Sente-se aí que vou ali comprar um sorvete pra gente. – ele disse e apenas assenti. Mais uma vez ele foi compreensivo e se afastou sem mais comentários. Ele sabia o quanto ainda doía pensar em Edward... quanto mais falar sobre ele. 

Acredito que pra sempre esse seria um assunto proibido a mim. 

Por que pra sempre aquele ser perfeito habitaria em meus pensamentos... pra sempre ele seria dono de meu coração. 

Estava tão absorta em meus pensamentos quando aquela voz que tantas vezes me seguira em sonhos soou as minhas costas, me fazendo enrijecer completamente. 

- Bella... minha Bella... – droga! Agora havia dado a sonhar acordada? Quase pulei no banco quando meu bebê que estivera adormecido durante todo aquele dia se contraiu em minha barriga, dando um forte chute logo depois. 

Calmamente fui me levantando, certa de que quando eu me virasse perceberia que tudo não passara de uma ilusão de minha mente enlouquecida por meu intenso amor reprimido. 

Mas a voz mais perfeita que Deus fez voltou a soar pra meu maior tormento. 

- Bella... – ele disse mais uma vez fazendo meu bebê novamente saltar em meu ventre. Seria possível que nosso filho... só com a voz de Edward? Não, isso não existia, impossível... 

Aos poucos fui me virando me preparando para o que meus olhos veriam. Mas nem em mil anos eu estaria realmente preparada pra contemplar tamanha perfeição. 

O rosto era ainda mais belo e perfeito do que minha mente se lembrava. Os cabelos acobreados ainda eram bagunçados da mesma forma sexy, a mesma cor de olhos, a mesma boca carnuda, o mesmo formato viril... só seu rosto estava diferente. 

Estava tão sofrido. 

Seus lindos olhos verdes haviam perdido o brilho que um dia tanto me haviam fascinado. Agora neles eu via apenas o cintilar de lagrimas que preenchiam seu olhar enquanto ele me olhava fixamente, tão próximo a mim... apenas aquele banco me impedia de abraçá-lo com toda a força que meu amor ordenava. 

- Ed... ward. – sussurrei baixinho como se ele fosse uma visão, uma miragem de deserto e que, se acaso eu falasse muito alto, ele pudesse desaparecer em uma névoa branca. 

As lagrimas que jaziam em seus olhos se desequilibraram quando seu rosto se contorceu em uma careta de dor e tristeza, descendo pelo rosto que eu tanto amava. 

- Bella... meu amor! – ele soluçou e fez menção de estender seus braços até mim, mas com as ultimas forças que me restavam, afastei-me um passo. 

- O que veio fazer aqui? Quer me enlouquecer? Torturar-me? – disse entre soluços enquanto ele recolhia o braço, seus dentes prendendo seu lábio inferior enquanto ele balançava a cabeça em negação. 

- Não diga isso. Não quero te torturar, não quero te enlouquecer, pois provei de ambas as coisas durante esses longos meses que tive que sobreviver sem você. Não havia me dado conta do quanto sua ausência dói. Preciso de você, meu amor. Só de você... e nada mais. Preciso de você... senão... tenho a certeza de que morro. 

Aquelas palavras ditas com tanta paixão fizeram a ferida em meu coração que nunca conseguira se curar abrir novamente e voltar a sangrar, mais dolorosa do que nunca. 

- Você não sabe o que eu passei. Não sabe o quanto sofri, o quanto chorei. Escondi-me de todos por que sua presença me seguia aonde quer que eu fosse. E eu não queria, não podia encarar seus olhos mais uma vez... por que só o fato de eu saber que você existe e não mais é meu... serve pra me matar dia após dia. 

- Oh, não, Bella! – ele gemeu levando as duas mãos até seu rosto e soluçando feito criança. – Não diga isso... por que... não suporto saber que te feri tão profundamente. Você não sabe... mas sempre fui seu e sempre o serei. Sinto muito... 

- O que queria? – ri sem alegria alguma. – Que eu ficasse feliz? Que saltasse de alegria? Quantas vezes, Cullen, vou precisar lhe lembrar que você é o meu riso? Que você, apenas você é a minha alegria, minha força pra viver? Você é meu tudo, Cullen, mas nunca se deu conta disso. Nunca se deu conta da falta que me faz. 

- Te amo, Bella! – ele disse de repente e meu bebê mais uma vez se remexeu em meu ventre que se contraiu desconfortavelmente. Os olhos de Edward miravam meu rosto agora, mas ele não mais tentava se aproximar. – O que eu posso fazer pra te provar que meu amor por você é o que tenho de melhor em mim? Que não posso, não consigo e nem quero viver em você? 

Quis dizer-lhe o que eu trazia dentro de mim, trancado em meu coração durante todo esse tempo, mas uma contração mais dolorosa do que as outras me fez gemer e fechar os olhos. 

- Bella... – ele disse preocupado e levantei minha mão abrindo meus olhos pra dizer que estava bem quando mais uma contração chegou com força fazendo meus joelhos fraquejarem e eu deslizar pro chão. 

Não tinha percebido que Jacob se aproximava até que senti suas mãos ao meu redor me impedindo de cair. 

- O que fez com ela, seu imbecil? – ouvi sua voz rosnar pra Edward que o encarava com fúria. 

- Eu não fiz nada! – Edward se defendeu e Jacob riu enquanto me segurava em seus braços, me amparando. 

- Além de abandoná-la sem sequer olhar pra trás? Faz-me rir, Cullen! – ele cuspiu as palavras a Edward enquanto mais contrações me faziam respirar com dificuldade. 

- Isso não é assunto seu, cachorro! – Edward rosnou em contrapartida e Jacob teria respondido se eu não tivesse dado um grito fino ao sentir um liquido quente escorrer pelas minhas pernas, molhando minha roupa. 

- Vai nascer! – berrei me agarrando em Jacob que olhou pra Edward que trazia os olhos arregalados e depois olhando pra mim, os lábios entreabertos. – O bebê... vai nascer! 

Naquela hora pouco me importava que ambos se matassem se tão somente eles me deixassem primeiro na porta de um hospital. 

Por que o fruto de meu amor com Edward... estava vindo ao mundo. E tinha pressa!

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