07 março 2013

IRONIA DO DESTINO - CAPÍTULO 23

Boa noite pervinhas!! Ao que parece hoje é dia de muitas revelações... Ótima leitura!

Autora: Ana Paula 
Classificação: Maiores de 18 anos
Categoria: Saga Crepúsculo
Personagens: Bella Swan, Edward Cullen, Emmett Cullen, Rosalie....
Gêneros: Comédia, Lime, Romance, Universo Alternativo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo 

Capítulo 23 - ERROS E VERDADES 

POV EDWARD

Estava desesperado ao lado de Bella que ainda estava desacordada, quase tão pálida quanto os lençóis sobre os quais os enfermeiros a tinham colocado. Não sabia o que estava acontecendo com ela, de uma hora pra outra começou a reclamar de mal estar e de repente entra com tudo na minha sala e simplesmente desmaia tentando me contar alguma coisa. 

O que será que a afligia tanto? Mesmo desacordada eu via em seus traços a angústia. O que ela sabia e que tanto sentia receio em me contar? 

Seus gemidos me tiraram de meus devaneios enquanto ela voltava a consciência e abria lentamente os olhos me focalizando aos poucos. 

- Bella, meu amor! Que susto que você me deu? – eu disse agitado enquanto apertava sua mão pequena que estava o tempo todo na minha. Teimosa do jeito que é, fez menção de levantar-se, mas eu a detive. – Não, fique aí quietinha! 

- Onde estou? – ela perguntou num fio de voz e olhou ao redor, enfim se localizando e arregalando os olhos. – Não me diga que estou em um hospital! 

- O que queria que fosse? Uma lanchonete? – perguntei sarcástico e ela mais uma vez tentou sentar-se mas a segurei pelos ombros e delicadamente a segurei deitada. 

- Não quero ficar, Edward! – ela choramingou feito criança, até um lindo biquinho ela fez. – Não gosto de hospital! 

- Não é pra gostar! É pra se tratar quando não se está bem. E você decididamente não está bem. – sentei-me na beira de sua cama enquanto conversava com ela que ainda estava relutante e desconfiada. - O enfermeiro já veio aqui e já tirou um pouco de sangue pra uns exames básicos. Logo o médico vem te ver. 

- Você deixou que me furassem? – ela perguntou olhando pro braço a procura do pequeno ferimento causado pela agulha e seu biquinho de manha aumentou. – Doeu, sabia? 

- Deixa de ser manhosa e mentirosa, mocinha. – eu disse rindo, meu peito se enchendo de carinho pela linda mulher manhosa que eu tinha, meus lábios indo involuntariamente até sua testa. – Você estava desmaiada e se eu não te contasse nem saberia que foi furada. 

- Continuo não gostando de estar aqui. – ela disse bicuda. 

- Mas é birrenta essa minha pequena... – eu ri e arrumei uma mecha de seus sedosos cabelos castanhos que caíam em seu lindo rosto. – Antes de você desmaiar tive a sensação de que queria me contar alguma coisa. – comecei com cautela, mirando seus olhos. – O que era? 

Visivelmente Bella ficou nervosa. Mordeu o lábio inferior e desviou os olhos como se quisesse escolher as palavras a usar. 

- Diga, Bella. – insisti pegando em sua delicada mão. – O que é que lhe aflige tanto? 

Quando finalmente ela ia dizer alguma coisa, a porta se abriu e o médico entrou no quarto roubando a atenção de Bella que apertou minha mão entre seus dedos enquanto fazia uma careta quase cômica. Não pude conter o riso. 

- Você deve ser Isabella Swan Cullen, não? – ele disse olhando em uma ficha e analisando-a por cima de seus óculos. 

- É muito grave, doutor? – ela perguntou com um sussurro rouco levando a mão a boca em uma cena digna de Oscar. – Eu vou morrer? 

- Bella, não seja dramática. – revirei os olhos. 

- É por que não é com você! – ela disse fungando, muito ofendida. 

- Acalme-se, Isabella! Não está doente e nem vai morrer. Pelo menos não pelo que seus exames em mostram. – o médico disse em um meio sorriso. 

- Então não tenho nada? – ela perguntou ansiosa. 

- Não, você tem sim. Uma nova vida dentro de você. – ele disse e por um momento achei que tinha ouvido demais, que tinha entendido errado, que tinha dormido e estava tendo um pesadelo horrível. – Parabéns, Isabella! Está grávida! 

Meu mundo parou, meu chão fugiu deixando-me a vagar no vazio, o ar já não possuía mais oxigênio. 

Bella... grávida? Não, não era possível! 

A única coisa que soava repetidas vezes a meus ouvidos era a voz do médico dizendo a minha mãe que, por minha doença aos cinco anos de idade, eu jamais geraria. 

E agora minha mulher, minha amada mulher estava grávida. 

- Bom, passado o susto, parabéns aos futuros pais. Já está de alta, Sra. Cullen. – ele disse e balançou a cabeça antes de sair. 

Recusava-me a olhar Bella que estava imóvel na cama. Então era isso que ela queria me contar? Era por isso que estava tão nervosa por eu te-la levado a um hospital e terem tirado sangue dela? Por que ela sabia que estava grávida de outro? 

- Edward... amor... eu sei que você provavelmente não queria um filho agora... mas, aconteceu né... – ouvi a voz de Bella que pareceu vir de milhas de distancia. 

- Por que mentiu pra mim, Bella? – disse lentamente e ergui meus olhos para o rosto surpreso de Bella, que me olhava ansiosa. A tristeza e a dor corroíam meu peito como se ali tivessem jogado ácido. – Por que zombou do meu amor? 

- Do que está falando, Edward? – ela aparentava confusão. Ainda por cima queria me enganar? – Estou esperando um filho nosso! Vou ser mãe e você vai ser pai. 

- Você vai ser mãe. – eu disse tentando me controlar enquanto o ar entrava com dificuldade em meus pulmões. – Mas eu não vou ser pai. – disse com amargura enquanto apertava firmemente meus olhos fechados. 

- O que está dizendo? – sua voz estava repleta pelo pânico. – Estou grávida de você! 

- Não, não está! – gritei descontrolado, minha dor explodindo em meu peito e meus olhos se abrindo pra olhar pro rosto que me lançava mentiras e mais mentiras ao tentar me enganar mais uma vez. Me fazer de idiota mais uma vez. – Eu não posso ter te engravidado, Bella! Por que eu sou estéril! 

Vi a surpresa passar pelo rosto dela enquanto seu semblante desmoronava. Eu nunca contara a ela que era estéril pois era um assunto muito delicado pra mim que ansiava por ter um filho. Um filho que jamais teria, um filho que ela teria com outro, o mesmo outro com o qual ela me traíra e enganara, rindo pelas minhas costas. 

- Como assim... estéril? – ela perguntou em um sussurro. 

- Não te contei, não é? – disse com desdém enquanto ela me fitava chocada. – Tive caxumba aos cinco anos e o médico garantiu a minha mãe que eu jamais teria filhos. Portanto esse filho não pode ser meu. O Jacob... – tive que inspirar profundamente antes de prosseguir. A simples idéia de aquele imbecil ter tocado nela... me enlouquecia! – Ele é o pai? 

- Não, Edward! Já disse, Jacob é meu amigo! Eu nunca, nunca te traí! – ela disse desesperada enquanto lágrimas desciam por seu rosto. Lágrimas de arrependimento. – Acredite em mim! 

- Pára de mentir! – gritei, perdendo minha paciência. Cada mentira que ela me dizia era como se enterrasse ainda mais fundo o punhal que sua traição cravara em meu peito. – Não tem mais como fingir que não me traiu! Aí está a prova! Está grávida de outro, Isabella! 

- Esse filho é seu! – gritou entre soluços, ajoelhando-se na cama pra chegar mais perto de mim que girava em torno de mim mesmo com os dedos entre meus cabelos. – Você é o único homem que tocou em mim! 

- Mentira! – urrei descontrolado partindo pra cima dela como um touro. Como, como ela conseguia me trair e mentir pra mim dessa maneira? Como? O que eu significara pra ela? Nada? – Pelo menos uma vez diga a verdade! Diga com quantos andou me traindo, Isabella! 

Meu rosto foi acertado em cheio por sua mão pequena aberta em um único tapa. Mas nem senti a ardência que esse golpe deveria ter-me provocado. Pois meu coração sangrava, meu peito estava dilacerado por saber agora que minha mulher, minha vida tinha me traído. Que não me amava tanto quanto eu a amava. 

- Nunca mais diga tal coisa. – ela soluçava enquanto eu permanecia do mesmo jeito, imóvel a sua frente. – Sabe que te amo, Edward. Jamais te traí. Acreditei em você, apenas lhe peço que acredite em mim. Vamos fazer mais alguns exames, certamente você não é estéril e... 

- Desista, Bella. –disse erguendo minha cabeça e olhando a mulher que um dia jurou me amar pra sempre. – Não acredito mais em você. Não perdôo quem mente e me trai. 

- É uma pena. – ela disse com tristeza. – Por que eu te perdoei uma vez quando me traiu, por que eu te perdoei quando mentiu pra mim. Se não quer ser o pai de meu filho, não tenho mais nada a lhe dizer. Saia daqui e não olhe pra trás. Mas saiba que está cometendo um grande erro. 

- Erro eu cometi ao acreditar em você. – disse amargurado e saí rapidamente do quarto, batendo a porta ao sair. 

Transtornado, nem vi que alguém vinha em sentido contrario. Nossos corpos se chocaram com violência e ergui meus olhos pra ver de quem se tratava. 

- Edward? – Emmett disse me olhando com estranheza. – O que aconteceu, cara? 

- O que está fazendo aqui? – perguntei rudemente e vi a testa de Emmett se franzir. – Veio ver a Bella? 

- Sim, claro! – ele disse simplesmente e eu ri, desdenhoso. 

- Então a fama dela é maior do que eu imaginava. – disse sentindo meu coração doer a cada pulsar. 

- Do que está falando, Edward? – Emmett me perguntou segurando-me pelos ombros. – Onde está sua mulher? 

- Não tenho mulher. – disse me livrando de suas mãos. – Não se pode chamar de seu aquilo que nunca realmente teve. 

- Edward... – Emmett ainda tentou, mas eu me livrei dele e segui como um louco pelos corredores do hospital. 

Não queria ver ninguém, não queria falar com ninguém. 

Apenas queria tirar Bella de meu pensamento, tira-la de meu coração. Pra assim deixar de sentir essa dor rasgante que me dilacerava o peito. 

Dirigi feito um louco sem ao menos saber pra onde realmente estava indo. Nada mais me importava, minha mente girava e repetia incansavelmente o que mais me atormentava. 

Bella estava grávida. 

E o filho... não era meu. 

Quando percebi, estava passando pelo Central Park. Estacionei o carro e desci, trancando-o. Andei calmamente pelo verde gramado, pessoas felizes curtindo um lindo dia de sol. Mas se estava sol... por que eu estava com tanto frio? 

Caminhei até o meio do gramado, longe da maioria das pessoas e me sentei, largando meu corpo apático na grama verde. Peguei uma folha do gramado e fiquei rodando-a entre meus dedos enquanto minha mente vagava até o passado. 

Aquela secretária mal vestida que mexera com seu coração. Apaixonou-se pensando ser uma simples e verdadeira amizade. Desistiu da empresa por amá-la, arrependeu-se de suas traições e mentiras por querê-la tanto. 

Mas seu amor não foi suficiente. Bella foi buscar nos braços de outro o que não encontrou nos seus. 

O que lhe havia faltado? Não tinha lhe dito vezes suficientes o quanto sentia muito pelo passado e o quanto a amava? Será que ela nunca percebera que ela, somente ela era a razão pra seu coração pulsar? 

Só percebi que chorava, meus soluços sacudindo meu corpo livremente, quando o sol começou a declinar no horizonte. 

O tempo já não era mais relativo, mal vi que as horas se passavam. Por que o amor de minha vida traíra minha confiança, traíra meu amor que eu cegamente havia depositado nela. 

Minha vida havia sido tirada de mim. 

Limpei meus olhos com as costas das mãos e levantei-me do gramado observando que já escurecera. As horas haviam passado e eu nem me importei com isso. A única coisa que minha mente sabia pensar era em Bella. 

Mas toda essa reflexão só serviu pra uma única coisa. Por mais que doesse tudo que ela me fez, toda sua mentira, não poderia de forma alguma me afastar dela. 

Em minha fúria, lhe disse palavras duras. Talvez ela as merecesse por ter feito o que fez, mas se ela não me perdoasse... o que eu faria? 

Tinha que correr pra casa e me acertar com Bella. Pois eu, somente eu sabia que tentar sobreviver sem ela era o mesmo que tentar viver sem respirar. 

Simplesmente impossível. 

Corri até meu carro e liguei-o, saindo a toda dali. 

Iria pedir perdão e dizer que não me importava realmente que ela tivesse me traído, por mais que isso me doesse. Por que não podia viver sem sua presença em minha vida. A perdoaria por que uma vez ela também me perdoou, lhe contaria tudo que escondi por todo esse tempo esperando pelo seu perdão e esqueceria tudo o que passou, começando uma vida nova ao seu lado. 

Eu, ela e... nosso filho. 

Sim. Se ela assim quisesse, estava até mesmo disposto a reconhecer a criança como minha. Pois tudo que vinha dela era precioso pra mim. Eu sempre quis ter um filho... talvez essa fosse a oportunidade que a vida estaria me dando. 

Se o pai verdadeiro fosse covarde, e mesmo se não fosse, eu lutaria pela criança. Passada a raiva, passado o choque, meu ser inteiro clamava por Bella e eu não podia deixar que ela se fosse assim de minha vida. Não podia, simplesmente não podia. 

Não importava o que ela me fizesse, eu sempre iria perdoá-la. Por que o amor que eu sentia por ela era mais forte do que tudo que um dia imaginei sentir. E nada, nada era mais importante do que isso. 

Cheguei a frente de nossa casa já era noite fechada, nem mesmo desliguei o carro, deixei-o com as portas abertas e corri escada acima, atravessei os cômodos até chegar a porta do nosso quarto onde a luz estava acesa. 

- Bella... – disse esbaforido, mas só havia uma única pessoa naquele quarto. 

Alice estava sentada em nossa cama, a cabeça baixa enquanto soluçava, seu choro calmo, suas lagrimas escorrendo por seu rosto. 

- Alice, cadê a Bella? – perguntei me aproximando dela. 

Alice ergueu o rosto até que seus olhos se encontraram com os meus. A dor os preencheu quando seus soluços se intensificaram e as lagrimas desceram com mais abundancia. 

- Cachorro! – ela disse entre soluços. – Como pôde? Como pôde, Edward? 

- Onde ela está, Alice? – perguntei sentindo meu coração se acelerar e meu corpo todo gelar. 

- Ela foi embora, Edward. Você expulsou-a de sua vida, maltratou a pessoa que mais lhe amou nesse mundo. Como pôde, seu... burro? – ela se levantou e jogou-se contra meu peito, os punhos fechados me esmurrando fracamente enquanto ela chorava feito criança. 

- Ela te ama, seu idiota! Saiu chorando por essa porta levando com ela todas as palavras cruéis que você disse! Você a enganou, você a traiu! Ela apenas cometeu um erro em toda a sua vida. Amar-te demais. 

- Alice... o que foi que eu fiz? O que deveria ter feito? Ela me traiu! – disse numa voz fraca e Alice apenas levantou seu rosto lavado por lagrimas, seus olhos vermelhos pelo choro me encarando. 

- E você? Nunca mentiu? Nunca traiu? Só agora realmente vejo o quão nobre Bella era. Ela sempre soube, Edward! Sempre soube. 

- Do que... está falando? – perguntei num fio de voz. 

- No dia do casamento de vocês ela ouviu sua conversa com Jasper. – Alice disse e nessa hora tudo rodou. Ela... ouviu? – Ficou arrasada, pois sempre te amou. Mas então decidiu continuar contigo pra te mostrar o que estava perdendo. Queria vingança por seu ato de covardia e ganância. Mas ela sempre te amou, Edward. E esse plano, bolado no calor do momento, foi tudo por ralo abaixo quando ela percebeu que não poderia te deixar simplesmente por que não poderia viver sem você. Ela te perdoou sem você ao menos ter pedido por perdão, ela acreditou em você sendo que você sempre mentiu. E é assim que você lhe paga? Assim? 

Eu não tinha palavras pra retrucar o que Alice me dizia. Minha mente vagou até o passado, nas coisas que ela me dissera e que agora fazia sentido. 

Quantas vezes com lagrimas ela me acusou de mentir a ela? E eu achando que fosse minha traição com Jéssica. Como fui burro, estúpido, idiota, inútil! 

- Onde... ela está? – perguntei num fio de voz. Alice apenas saiu de meus braços e caminhou até a mesa de cabeceira pegando um envelope e me entregando. 

- Tarde demais. Você a perdeu, perdeu o maior tesouro de sua vida. A mulher que cuidou até o ultimo segundo de sua felicidade sem importar-se com a própria. – ela disse e saiu do quarto sem olhar pra trás. 

Olhei o envelope cor de rosa e amarrotado em minhas mãos. Estava enrugado por ter sido molhado... lágrimas de Bella, minha Bella. 

Desesperadamente, abri o envelope e desdobrei a carta que ela me escrevera. 

Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto meus lábios formavam as palavras que preenchiam o papel manchado em letras tremulas. 



“Edward... 

Você foi pra mim um doce e lindo sonho. 

Sim, Edward. Não fostes pra mim mais do que um sonho, pois nesse mágico mundo somos felizes e completos quando conseguimos algo de indescritível perfeição. 

E você era toda a perfeição que eu inconscientemente buscava. 

Mas não passou de um sonho. Pois nos sonhos, por mais que seja perfeito, mais cedo do que queremos, acordamos, e tudo que sonhamos vira apenas o que realmente foi. 

Apenas um sonho. 

Quando te conheci, meus olhos se recusaram a acreditar que era real. Parecia um anjo. Sim, poderia perfeitamente passar por uma dessas criaturas divinas, de inigualável perfeição. Mas hoje esse anjo me feriu de maneira mortal, atingindo-me certeiramente onde mais se dói. 

No coração. 

Por que, Edward? Por que me mostrou o paraíso pra depois lançar-me ao inferno? Não demonstrei o suficiente o quanto te amava? Meu corpo não te contou em nossas inúmeras noites de amor que você é o único que me faz estremecer, o único que me faz delirar, mergulhando no mar infinito de sensações que só você me proporciona? Como você não conseguiu enxergar que só você, somente você é o homem de minha vida, o único homem que possui meu coração? 

Mas a falta de confiança acabou por destruir o lindo castelo que havíamos construído. 

Castelos construídos na areia da praia são realmente lindos, mas sua beleza é realmente temporária, pois logo a maré sobe e leva tudo aquilo que se lutou pra conseguir. 

Assim foi nosso amor. Lindo, perfeito e intenso. Tão intenso quanto rápido, se foi da mesma velocidade com a qual chegou. E machucou, machucou muito. 

Eu sabia, no fundo eu sabia que um dia isso iria acontecer visto que as mentiras sempre existiram entre nós. 

Eu menti pra você e você mentiu pra mim. 

Não te disse tudo o que eu sabia e tampouco você me confessou suas traições. Sempre soube o porquê de você ter-se casado comigo mas nem por isso deixei de te amar, nem por isso te abandonei. 

Não te abandonei por que não sei viver sem você. Mas agora que me deixastes vou ter que aprender a caminhar sem seu corpo quente a me guiar, sem teus olhos a iluminar meus caminhos, sem teu riso pra me alegrar, sem você... 

Oh, Edward! Como poderei viver sem meu coração? 

Não me procure, pois não vai me achar. Fugirei de tudo aquilo que me lembra você, partirei pra te deixar viver a vida que sempre sonhou e tentarei seguir vivendo a minha. 

Não pense que me deves alguma coisa pelo dinheiro que investi na empresa e pelas ações passadas pro seu nome. Nada disso tem valor pra mim visto que perdi a única coisa realmente valiosa que possuía: seu amor. 

Nunca acredites que te odeio por tudo que me dissestes, por ter saído de minha vida de forma tão dolorosa e brusca. Pois não podemos odiar aquilo que amamos. 

Não guardo ódio, mágoa ou rancor. Pra você guardo todo meu amor, o amor que jamais será de outro. 

Pois um dia sendo sua, eternamente o serei. 

Seja feliz. Pois a sua felicidade irá me confortar no meu mundo de solidão. 

De quem te ama muito... 

Bella Swan” 


Gritei. 

Não, eu berrei de dor quando enfim conclui a leitura da carta escrita pela razão de minha vida momentos antes de partir pra nunca mais voltar. 

Eu merecia a morte. Nem em cem mil anos eu me perdoaria pelo que fizera a pessoa que me amara de forma tão incondicional. 

Meu pai... o que ele fizera? Quais as represálias que se abateram sobre a empresa e as quais Bella consertara com o próprio dinheiro? 

Bella... como pude dizer o que disse a Emmett mais cedo no hospital? Eu duvidando da honra de minha preciosa enquanto Emmett apenas tinha ido lá provavelmente pra resolver esse negócio. 

Ela me ajudando... e eu a julgando de maneira tão cruel. 

Ela sabia o tempo todo que a empresa era meu objetivo desde o inicio. E mesmo assim a entregara em minhas mãos sem dar o mínimo valor ao dinheiro que me dera de forma tão... simples. Ela renunciara o que lhe pertencia por direito apenas pra me ver feliz. 

Não pensara em vingança. 

Ela me amava. 

E esse ser miserável a perdera pra sempre. 

Daria tudo, daria o mundo se possível pra reencontrá-la e implorar pelo seu perdão. 

Não descansaria enquanto não o fizesse. 

Enquanto não tivesse de volta a minha vida.

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